terça-feira, 9 de agosto de 2016

O jeito adequado de trabalhar o folclore


O jeito adequado de trabalhar o folclore

Tema vai muito além das lendas e cantigas de roda. Aborde elementos que fazem parte do cotidiano dos alunos




Alunos da Escola de Música Lilah Lisboa fantasiados de "Fofão", personagem tradicional do Carnaval Maranhense

Quando chega o mês de agosto, muitos professores tiram os livros sobre folclore da estante, pesquisam na internet e preparam algumas aulas sobre o tema para apresentá-lo aos alunos. "Trabalhar o assunto apenas em agosto se tornou uma tradição no ensino brasileiro", diz Alberto Ikeda, professor de Cultura Popular e Etnomusicologia do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus São Paulo. Esse é um primeiro problema na abordagem do tema - mas nem de longe é o único. Outro equívoco é resumir o folclore às lendas e cantigas de roda, algo raso e redutor.

Uma primeira providência essencial diz respeito à compreensão da noção de folclore. Em sua origem inglesa, informa o dicionário Houaiss, a palavra folclore significa o ato de ensinar (lore) um conjunto de costumes, lendas e manifestações artísticas do povo (folk) preservados pela tradição oral. Essa definição é um tanto redutora se levarmos em consideração o fato de que toda manifestação cultural é influenciada pelo contexto de quem a produz e que esse contexto, por sua vez, está em constante mudança. Sendo assim, o conceito de folclore é muito mais dinâmico do que parece: envolve diversas vertentes da cultura popular (música, dança, relatos orais etc.) e continua sendo produzido até hoje. "É impossível abordar o assunto sem considerar os elementos que fazem parte do cotidiano dos estudantes", afirma Teca Soub, coordenadora do Núcleo de Alfabetização da Prefeitura de São Caetano, SP.

Ensinar ao aluno que os elementos de sua própria cultura fazem parte do folclore brasileiro é um dos maiores desafios enfrentados por professores ao tratar do tema. Quando chegam à escola, as crianças trazem com elas os elementos culturais que estão mais próximo delas. Por isso, explicar a elas que essa "cultura caseira" faz parte da noção de folclore funciona melhor do que simplesmente apresentar lendas e mitos sem contextualizá-los. "Tal atitude faz os alunos considerarem como folclore elementos que estão distantes deles, dos quais não participam", explica Ikeda. "Isso pode provocar um desinteresse geral".


Estimular os estudantes a pesquisar sobre suas próprias comunidades e até mesmo hábitos familiares pode ser um ótimo ponto de partida para o ensino da noção de folclore. "A criança só pode entender a diversidade se perceber que faz parte disso", diz Ikeda. Uma forma eficiente de trazer essas questões para a sala de aula é contar que o conjunto desses costumes determina os aspectos culturais de um povo.

Tendo isso em mente, fica clara a inadequação de tratar o tema apenas em agosto. Desenvolver projetos que trabalhem aspectos da cultura brasileira no decorrer de todo o ano letivo é fundamental. "Em vez de abordar os elementos da cultura apenas no mês de agosto por mera convenção, é mais coerente adaptar os currículos das escolas de acordo com as manifestações culturais regionais", diz Teca

A abordagem por etapas de ensino

Educação Infantil


Para aproximar o folclore da realidade dos alunos na Educação Infantil, os educadores podem inserir nos planos de aula brincadeiras e cantigas de roda (como ponto de partida e não como abordagem exclusiva). Além de estimular o movimento, algo fundamental nessa etária, elas ajudam as crianças a desenvolver a fala. Batucar e dançar ritmos regionais, por exemplo, faz os pequenos entrarem em contato com manifestações artísticas locais, que são expressões de sua cultura. "Começar com aquilo que o aluno traz facilita o entendimento da diversidade cultural", diz Ikeda.

Ensino Fundamental 1


A partir do 1º ano, já é possível contar com a ajuda dos alunos para levantar diversos elementos do folclore, sem perder de vista que um ensino eficiente requer planejamento, avaliação inicial e contínua e uma sequência lógica que leve à construção do conhecimento. Não faz muito sentido para um aluno do Sudeste brasileiro, por exemplo, entrar em contato com mitos e lendas da Amazônia se ele ainda não conseguiu entender a noção de folclore. É com base no levantamento de exemplos de situações mais próximas da realidade dos estudantes que o professor consegue perceber quando introduzir os aspectos que fazem parte da cultura de outras regiões do país - que ele não pratica, mas que podem ser melhor entendidos por meio dessa análise que parte dos elementos mais conhecidos e segue para outros mais distantes. Para um aluno pernambucano, por exemplo, entender as origens do carnaval de Olinda e aprender mais sobre os festejos locais pode ajudar na identificação de diferenças e semelhanças na celebração da festa no restante do Brasil.

Ensino Fundamental 2


Com a separação das disciplinas nessa etapa de ensino, o folclore geralmente passa a ser tratado apenas nas aulas de Arte. "As manifestações culturais são muito mais complexas e envolvem outros aspectos que ultrapassam a noção de Arte", afirma Teca. "Por isso, devem ser trabalhadas em várias disciplinas que compõem o currículo regular das instituições de ensino". Para compreender o porquê a capoeira foi incorporada à cultura brasileira é preciso ensinar aos alunos que o Brasil foi um país escravocrata e que o jogo era praticado por negros africanos trazidos ao Brasil para serem explorados. Muitos desses homens permaneceram aqui após sua libertação, se espalharam pelas capitais do país e ensinaram aos brasileiros como o esporte era praticado. Neste simples exemplo, temos quatro disciplinas envolvidas: História, Geografia, Educação Física e Arte. A mesma regra vale para a maioria dos conteúdos ensinados em sala de aula.

A mudança no ensino do folclore deve ser feita por meio de uma revisão no currículo de cada escola. Para isso, professores e coordenação tem papel importante: afinal, a escola tem uma função importante na legitimação das representações culturais. Por isso, promover a aproximação junto a grupos de teatro, música ou de dança que ficam no bairro em que a instituição está, por exemplo, pode ajudar os alunos a se sentir sujeitos atuantes da cultura local. "Professores e coordenadores pedagógicos precisam reconhecer os alunos como participantes da cultura, que têm muito a contribuir para a construção da aprendizagem", diz Teca

 


 

GEOGRAFIA

Turismo

Diversidade cultural atrai turistas para as cinco regiões brasileiras

Turismo cultural

Expressões artísticas e culturais convidam visitantes a desfrutar de um dos cenários mais ricos e multifacetados do mundo

por Portal Brasil publicado: 22/01/2015 16h29 última modificação: 29/01/2015 15h55

Exibir carrossel de imagens Divulgação/Ministério do Turismo

Brasília (DF) é considerada pela Unesco, Patrimônio Cultural da Humanidade


Música, dança, festas populares, culinária e artesanato. Diversas manifestações artísticas fazem do Brasil um dos destinos mais procurados por quem quer conhecer de perto a vasta diversidade cultural. 

Tradições e costumes circulam pelos quatro cantos do País, ultrapassam as fronteiras regionais e ganham adeptos. São ricas expressões que convidam visitantes a conhecer a potencialidade da cultura brasileira.

Conheça um pouco mais as principais manifestações artísticas e culturais presentes nas cinco regiões do País:

Nordeste 

Carnaval em Pernambuco

Mais conhecido por sua natureza exuberante, o Nordeste também é dono de uma cultura expressiva. Todos os anos, em fevereiro, a região atrai carnavalescos de todo o País. 

Salvador, a capital baiana, se destaca pelo ritmo do axé, enquanto a capital de Pernambuco, Recife, atrai diversos foliões com os tradicionais blocos de rua ao som do frevo.

Em junho, outra grande festividade toma conta da região: o São João. A tradicional festa junina é regada a muito Forró, ritmo tipicamente nordestino, e divide turistas em dois grandes palcos.

Um no município de Caruaru, em Pernambuco, e outro em Campina Grande, na Paraíba. Em ambos os destinos, São João é comemorado com dança, quadrilhas, gastronomia regional e artesanato.

É no Nordeste onde também se destaca a influência da cultura de origem africana na música (Maracatu, Congada, Cavalhada, Moçambique), religião (Candomblé) e gastronomia (vatapá, caruru, acarajé, canjica, mungunzá, quindim e pamonha) brasileiras. 

Centro-Oeste


Pirenópolis (GO)

No Distrito Federal, a principal atração turística é Brasília, a cidade considerada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Centro das decisões políticas do País, a cidade planejada conta com obras de destaque internacional, como o Palácio da Alvorada, o Congresso Nacional, a Catedral de Brasília, a Esplanada dos Ministérios e o Palácio do Planalto, além de prédios residenciais e comerciais.

Mas, se a ideia é festa, o destino deve ser Goiás. Na cidade de Pirenópolis, o visitante pode conferir uma das mais significativas expressões culturais da região: a Festa do Divino.

"Piri", como é apelidada por quem a visita, está localizada a 120 quilômetros de Goiânia e a 140 quilômetros de Brasília. A cidade é histórica e atrai um fluxo intenso de visitantes: cerca de 20 mil por mês, segundo a secretaria de turismo local. 

Sudeste
Escola de Samba Mirim Portelinha - Rio de Janeiro

Todos os anos, no durante o Carnaval, moradores e turistas também se aglomeram para acompanhar os belos desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Rio de Janeiro, na famosa Marquês de Sapucaí.

Ainda no estado do Rio, outra expressão cultural marcante é a Feira Literária Internacional de Paraty, criada em 2003 e hoje participante do circuito dos festivais internacionais de literatura. A cidade histórica, a pouco mais de 200 quilômetros da capital, pode ser visitada num passeio a pé – já que a entrada de veículos é proibida.

Outra festividade que move milhares de brasileiros para a região Sudeste do País é a Festa do Peão de Barretos, no interior de São Paulo. Acontece sempre em agosto e dura cerca de dez dias. A festa gira em torno de rodeios e conta com shows de músicos sertanejos. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a arena de rodeio tem capacidade para mais de 30 mil pessoas.

Circuito histórico

 
 
Ouro Preto (MG)

Se o objetivo é conhecer um pouco mais da arquitetura e da história do Brasil, vale passar pela região central de Minas Gerais, que guarda algumas das igrejas mais bonitas do País construídas no período colonial, como a Igreja de Francisco de Assis, em Ouro Preto.

As cidades se constituem em um museu a céu aberto. Ainda em Ouro Preto, o turista pode fazer um passeio agradável pelas ruas de pedra sabão e também conferir a feira artesanal ao lado da antiga casa de Tomás Antônio Gonzaga, que hoje abriga a Secretaria Municipal de Turismo e Cultura.

No circuito histórico, Mariana, Congonhas, Tiradentes, São João del-Rei e Sabará são cidades que fazem parte do caminho conhecido como ‘Estrada Real’. Cada uma delas conta o legado da arte barroca. É possível reviver, a partir de museus e igrejas, os mistérios incorporados pelo clima bucólico e colonial.

Norte

 
Festival Folclórico de Parintins (AM) 

Na região Norte, a cultura é representada por meio das festas populares. Todos os anos, em meados de junho, turistas de todas as partes do Brasil embarcam para o Amazonas para participar de uma das principais representações do folclore brasileiro: o Festival Folclórico de Parintins, também conhecido como Festa do Boi Bumbá.

Com três dias de duração, o evento retrata a lenda sobre a morte e a ressurreição de um boi e o cotidiano dos habitantes da região por meio de toadas e danças de influência indígena.

Para os interessados em turismo religioso, a procissão católica do Círio de Nazaré, em Belém (PA), é imperdível. Realizado todos os anos em outubro, o evento atrai milhares de fiéis para uma caminhada de fé pelas ruas em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré.

A culinária do Norte também chama a atenção. De herança indígena, a gastronomia típica é baseada na mandioca e nos peixes de água doce e salgada. As frutas exóticas também são um dos destaques da região.

Sul

 

Oktoberfest (SC)

Com traços marcantes da cultura europeia, o Sul do País celebra as tradições dos imigrantes portugueses, alemães, italianos e espanhóis. São bem conhecidas a Festa da Uva, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, e a Oktoberfest, em Blumenau, Santa Catarina. Tudo muito regado a cerveja, vinho e chimarrão, é claro.

Considerada a maior festa alemã do Brasil, a Oktoberfest já é realizada há 20 anos, sempre no mês de outubro. O evento reúne, em média, entre 400 e 500 mil visitantes, além de movimentar hotéis, bares, restaurantes e toda a economia da região de Blumenau. 

A tradicional Festa da Uva, que começou em 1931 com um pequeno espaço de exposição de uvas e produtos coloniais em Caxias do Sul, hoje reúne milhares de pessoas entre os meses de fevereiro e março. 



Festas Populares

As festas populares, também conhecidas como manifestações populares ou festas típicas, que abrangem uma determinada região ou país, geralmente realizadas com o apoio e incentivo do governo local, são baseadas em costumes e na tradição cultural de um povo.

No Brasil, essas festas acontecem de janeiro a janeiro, de norte a sul do país, com muitas atrações culturais, pessoas trajando roupas típicas, muitos quitutes, danças folclóricas e música regional.

Janeiro

Folia de Reis

Festa comemorada em diversas regiões brasileiras e que faz parte do folclore. Se estende do dia 24 de dezembro até 06 de janeiro. Representa a visita que o menino jesus recebe dos três reis magos Melchior, Baltasar e Gaspar, um dia após seu nascimento.

Donos de casas recebem os integrantes da folia de reis, que executam modas de viola e danças como a catire e o cateretê.

Lavagem da Escadaria do Bonfim

Festa tradcional do Estado da Bahia, que ocorre desde o ano de 1974. Na segunda quinta-feira de janeiro, mulheres trajadas de baianas do candomblé, em sinal de purificação, lavavam o chão da Igreja do Bonfim com água de cheiro. Atualmente, apenas molham a escadaria pelo lado de fora. As baianas seguem em procissão da Igreja de Conceição da Praia, até o Bonfim, cerca de 8 km. Quem segue a passeata, costuma se vestir de branco, pois é a cor representante de Oxalá.

Fevereiro e Março

Carnaval

O Carnaval é uma das festas de maior repercussão no mundo todo, atraindo turistas de todas as partes. De acordo com a história do carnaval, suas raízes não são brasileiras e remontam períodos da antiguidade na Grécia.

Fantasias, desfiles das Escolas de Samba, sambas-enredo e marchinhas, bailes, trios elétricos, blocos de carnaval, dentre outros, são as principais atrações para carnavalescos. No Brasil, as festividades se estendem desde o típico frevo da cidade de Olinda, do axé na Bahia, aos desfiles das escolas de samba do Rio, São Paulo e outras cidades.

Junho e Julho

Festa do Divino

Promovida pela Igreja Católica, a Festa do Divino tem suas origens em Portugal, no séc. XIV. Acontece em diversos estados brasileiros, como Goiás, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, onde se celebra e representa a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e Virgem Maria.

Dependendo do local onde é comemorada, há manifestações folclóricas, missas, procissões, novenas, apresentações artísticas e representação teatral.

Festa Junina

De origem portuguesa, essa é a festividade mais característica do mês de junho, indo do dia 12 (véspera do dia de Santo Antônio), se concentrando entre os dias 23 e 24 (dia de São João) e terminando lá pelo dia 29 (dia de São Pedro).

Barraquinhas com comidas típicas como pamonha, canjica, pé de moleque, além de decoração com bandeirinhas e fogueiras. Danças típicas como a quadrilha, forró e casamentos caipiras fazem parte das atrações da festa junina, muito presente no nordeste e em outras regiões brasileiras também.

Boi-Bumbá ou Bumba-meu-boi

Celebrada no Maranhão, a festa popular do Bumba Meu Boi, também conhecida como Boi-Bumbá, é tradição desde o séc. XVIII e conta a lenda da ressurreição do boi mais bonito de uma fazenda, morto para satisfazer o desejo de uma grávida em comer sua língua.

As principais atrações dessa festa típica são as danças, encenações de personagens da lenda e músicas típicas.

Festa de Paritins

Mesma celebração da festa do bumba-meu-boi, só que na cidade de Paritins, no Amazonas. Entretanto, esta possui mais destaque e repercussão, pois é a maior de todas, capaz de reunir mais de 50 mil pessoas.

O Bumba meu Boi de Paritins é uma apresentação do duelo entre as agremiações do Boi Garantido (o coração vermelho) e a do Boi Garantido (a estrela azul). As equipes contam com mais de 3 mil pessoas cada e contam histórias durante a representação. Ritmistas cantam e tocam toadas, música típica da festa, com letras e mitos da floresta amazônica. A premiação do melhor boi ocorre no Bumbódromo. A festa atrai turistas de todos os cantos do país e também do exterior.

Cavalhadas

Presente nos estados de Minas Gerais, Bahia, Paraná e Goiás, a cavalhadas é uma festa de origem portuguesa, introduzida no Brasil pelos padres jesuítas na época da catequização dos índios. A festa reproduz os torneios medievais do séc. VI. As atrações da cavalhada incluem desfile de cavalos, corridas de cavaleiros realizadas em espaços como parques, descampados ou praças.

Agosto

Festa de Congado

A Festa de Congado (do congo ou congada), de origem africana e tradicionalmente mineira, é uma manifestação cultural e religiosa, que representa a lenda do Chico-Rei - rei de uma tribo no congo, trazido para o Brasil na época da escravidão. As atrações do congado incluem muitas danças, cantos, coroações e cavalgadas.

Outubro

Círio de Nazaré

Procissão católica que ocorre na cidade de Belém do Pará, com a presença de milhares de devotos e romeiros vindos de diversas regiões brasileiras. O Círio de Nazaré ocorre há mais de dois séculos e tem o objetivo de homenagear Nossa Senhora de Nazaré.

Oktoberfest

A Oktoberfest é uma festa de origem alemã (1810), conhecida também como a festa a cerveja, que ocorre na cidade Blumenau, em Santa Catarina. A Oktoberfest é uma reprodução da original, que acontece em Munique, na Alemanha.

As principais atrações, além das comidas típicas e principalmente da cerveja, são os trajes típicos, danças, tiro ao alvo, música alemã, eleição das princesas e rainha do oktoberfest, dentre outros.

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