terça-feira, 25 de outubro de 2016

A matriz africana na formação do povo brasileiro Origens e características da cultura brasileira



O Povo Brasileiro: Matriz Afro
Conteúdos:

Área do Conhecimento: Ciências | Educação Física | História | Língua Portuguesa
Público alvo: Ensino Fundamental II
Autor: Cláudia Mogadouro - SP/SP
O Povo Brasileiro: Matriz Afro
Participe
Objetivo:
          Refletir sobre a influência africana na formação do povo brasileiro;
          Estudar a obra de Darcy Ribeiro e reconhecer a importância de sua obra na história do pensamento brasileiro.
          Reconhecer a diversidade da cultura africana e estudar os principais povos que chegaram ao Brasil;
          Estudar e praticar a capoeira, como arte física afro-brasileira;
          Estudar o poema “Navio Negreiro” de Castro Alves;
1ª Etapa:Exibição do Filme
O documentário pode ser exibido sem grandes introduções, já que possui uma linguagem bastante acessível. É importante que o professor explique que esse vídeo faz parte de uma obra maior, composta por 10 capítulos e baseada no livro O Povo Brasileiro: A Formação e o Sentido do Brasil, em que Darcy Ribeiro explica a história do Brasil a partir de sua diversidade étnica e cultural. Os professores podem pedir aos estudantes para que anotem o que lhes pareça mais interessante e registrem suas dúvidas.



2ª Etapa:Debate após o filme:
Após a exibição, será o momento de resgatar o que os alunos registraram e aprofundar os tópicos propostos pelo curta. Por um lado, é importante ressaltar como o documentário mostra a diversidade e complexidade das culturas africanas, que muitas vezes é tomada como uma unidade. Mostra, também, como cada migração específica (Dos Nagôs, Malês, Yorubás, etc.) trouxe uma cultura diferente, compondo aos poucos a cultura afro-brasileira. Pode ser interessante conversar com os alunos sobre os aspectos da matriz afro que fazem parte de suas vidas, como o samba, a capoeira, as comidas, as palavras.


3ª Etapa:Atividades
História: A diversidade dos povos africanos que chegaram ao Brasil

O documentário enfatiza os diferentes momentos da migração forçada dos africanos, com diferentes etnias trazidas em cada etapa, cada qual com características culturais diversas. É fundamental compreender essas diversidade. Sugerimos que o professor de História trabalhe com seus alunos as diferentes etapas da chegada dos africanos no Brasil, estudando cada uma das culturas implicadas. Ele poderá, após a exibição, recuperá-las com os seus alunos, levantar o que lembram, para, na sequência propor que, em grupos, aprofundem a pesquisa sobre as diferentes etnias (iorubás, jejes, malês, etc.): o que trouxeram, que características tinham ao chegar, quando vieram, para qual região foram mandados, sua língua, religião, arte, hábitos, e se algum elemento dessa cultura permanece (mesmo que transformado) na cultura brasileira. (ver links sugeridos)
Cada um dos grupos apresentará sua pesquisa para os outros colegas, finalizando a atividade com uma conversa informal sobre o que eles aprenderam com a pesquisa e em que aspecto os ajudou a entender mais o Brasil contemporâneo.
Educação Física: A Capoeira

Uma das artes afro-brasileiras mais importantes, presente no país e no mundo é a capoeira, que mistura arte marcial, dança, música e palavra. Introduzida no Brasil por povos pastores do sul da atual Angola, a Capoeira foi se desenvolvendo e ganhando popularidade entre os negros escravizados no Brasil, sendo usada na resistência à escravidão e também como prática lúdica. Sugerimos que o professor de Educação Física introduza os alunos nesta prática, ensinando os principais movimentos, os rituais de entrada e saída da roda, assim como – dentro das possibilidades da escola e do professor – os instrumentos e cantos que fazem parte da prática da capoeira. Além de ser uma excelente prática física e lúdica, permite conectar os alunos à cultura brasileira de matriz africana por meio do corpo, vivenciando coletivamente o que nos deixaram como herança os homens escravizados em sua busca pela liberdade. Vale destacar a importância da roda, da solidariedade e do respeito, que fazem da capoeira mais que uma prática física, uma prática comunitária.
Língua Portuguesa – Navio Negreiro e a presença do negro na literatura brasileira
“Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar..,“
“Navio Negreiro”, de Castro Alves, é um dos poemas mais importantes da terceira fase do modernismo, tanto pela sua complexidade e beleza estética como pela ousadia em trazer um tema que não era tratado por outros poetas, já que o Brasil ainda era um país escravista, e o negro não fazia parte da identidade nacional. O professor de Língua Portuguesa/ Literatura pode trabalhar com seus alunos os diversos aspectos desse poema, relacionando-o com o documentário visto.
Em um primeiro momento, será importante ler atentamente o poema com os alunos, tirando dúvidas de vocabulário e reconstruindo a sintaxe para entender o discurso do poema, assim como entender a métrica (que varia ao longo do poema), as rimas internas e externas e o ritmo [sugerimos em Para Saber Mais uma versão instrumentalizada de Caetano Veloso que pode enriquecer este trabalho].
Após o trabalho sobre a forma, o professor poderá se aprofundar nas imagens construídas pelo poema – a imensidade do mar, a orquestra de chicotes, as comparações entre a vida dos negros antes e depois da escravização, a famosa frase “Colombo, fecha a porta dos teus mares”, etc. E, neste momento, ir retomando com os alunos o momento histórico tratado, a luta pela abolição, o processo (ainda em curso) de incorporação do negro e da cultura afro-brasileira à identidade nacional, assim como pensar como o poema se relaciona com a busca estética romântica. É importante abrir o diálogo com os alunos e ouvir suas dúvidas, comentários, propostas...
Para terminar, cada aluno elaborará um texto baseado no poema, no vídeo e na discussão em classe: poderá ser um texto dissertativo, uma crônica, uma poesia, um RAP, uma canção, etc. O professor auxiliará cada aluno no processo criativo, orientando tanto na forma como no conteúdo.

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